Diego Frazão não conseguiu conter o choro enquanto tocava violino no enterro de seu professor
Em outubro de 2009, o coordenador de projetos sociais do AfroReggae, Evandro João Silva, foi assassinado no centro do Rio de Janeiro. Em seu enterro, uma imagem chamou a atenção da cidade. A Orquestra de Cordas da ONG fazia uma homenagem a Silva naquele dia e um dos pequenos músicos, um garoto, chorava copiosamente enquanto tocava seu violino.
O garoto era Diego Frazão, conhecido também como Diego do Violino pelos companheiros de orquestra ou, simplesmente, “Azul” pelos amigos de infância. Nasceu em Duque de Caxias e cresceu em Parada de Lucas, região pobre da Zona Norte do Rio de Janeiro. Aos quatro anos de idade, teve meningite e pneumonia. Sobreviveu. Mesmo com problemas de memória causados por sequelas das doenças de infância, aprendeu a tocar violino com a ajuda de Evandro e seus companheiros do AfroReggae. E aprendeu bem.
Diego era um dos destaques do grupo de músicos quando o coordenador da ONG, que luta para evitar o ingresso de jovens no tráfico, foi assassinado. o garoto, então com 12 anos, exteriorizou toda sua emoção quando prestou a homenagem a Silva, de quem era muito próximo. Parte da família do pequeno músico trabalhava no AfroReggae e, consequentemente, Diego se sentia dentro de uma grande família.
A imagem registrada pelo fotógrafo Marcos Tristão foi definida pelo jornal O Globo como “uma das mais emocionantes da crônica carioca”. Diego ganhou certa fama depois do ocorrido, mas não pode desfrutar dela por muito tempo. Faleceu seis meses depois, vítima de leucemia. Infelizmente, a família descobriu a doença quando o garoto já estava na UTI. Era tarde demais.
Diego Frazão morreu com 12 anos, mas ficou eternizado em uma imagem. A imagem de uma criança que, como criança, não conseguiu conter o choro. Diego do Violino encontrou na música sua felicidade. Azul deixou saudades e uma história breve, mas bonita.
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