Rio - Menos de 50 passos separavam o calçadão de Ipanema das areias da praia. Percurso que uma certa jovem de corpo dourado fazia todo começo de tarde a caminho domar. Heloísa Eneida de Menezes Paes Pinheiro, então com 17 anos, não sabia, mas, do outro lado da calçada, era observada por Tom Jobim, sentado em um bar com seu parceiro Vinicius de Moraes.
Helô lança livro | Foto: Banco de Imagens
O ano era 1962. Heloísa, conhecida pelos amigos como Helô, logo ganharia fama mundial como ‘Garota de Ipanema’, título da canção que Tom compunha pensando em seu “doce balanço”. O resto é história. E que história. Segunda música mais executada do mundo, atrás de ‘Yesterday’, dos Beatles, de acordo com a editora do grupo Universal, ‘Garota de Ipanema’ é para Helô um cartão de visitas. “É uma música que mata a saudade de uma época. Tem lugares em que eu entro e as pessoas já tocam. É a tal situação de homenagem. Fico envergonhada. Até porque não sou mais uma garota”, diz ela, que lançou ontem em São Paulo, o livro ‘A Eterna Garota de Ipanema’ (Ed. Aleph, 160 pág., R$ 36).
“O livro é uma tentativa de fazer com que a nova geração tome conhecimento dessa época que vivi”, conta ela. Sobre a relação com Tom Jobim, lembra: “Já me perguntaram: ‘Você já deu pra ele?’. Vê se pode! Eu costumo responder que dei, sim. Dei muito carinho e atenção. Eu não sabia que era a coisa mais linda, mais cheia de graça e com doce balanço. São frases que dão brilho ao meu ego”, analisa Helô, que, há 30 anos, trocou Ipanema por São Paulo. “Faço parte de Ipanema e ela de mim. É minha raiz. Fui para São Paulo porque no Rio só tem a Globo... E a Globo não me deu chances”, explica ela, que é mãe de quatro filhos de seu único casamento com o engenheiro Fernando Pinheiro: Kiki, Ticiane, Jô e Fernando.
Na hora de apontar uma substituta, ela cita Isis Valverde, a Suelen de ‘Avenida Brasil’. “Gosto do jeito que ela mexe nos cabelos, que anda, o tom de pele... Mas não tem nada a ver com o estilo periguete da novela, tá?”.
As informações são de Valmir Moratelli, do iG
