Taiwan ou Taiuã (em caracteres chineses 台灣; em português Ilha Formosa) é uma ilha no leste do continente asiático administrada pela República da China. Está situada a sudestedo território continental chinês, ao norte das Filipinas e ao sul de Okinawa (Japão).
Refúgio de emigrados chineses depois da tomada do poder pelos comunistas, em 1949, Taiwan, também conhecido por Formosa, é considerado uma província pelo governo da República Popular da China. O montanhoso arquipélago compreende uma grande ilha e 77 ilhas menores, situadas a 160 quilômetros da China continental. Após meio século de separação, há grandes diferenças culturais entre os dois países. A antiga arte chinesa está bem preservada em Taiwan, enquanto na China muito foi destruído durante a Revolução Cultural. Nem osideogramas usados para escrever em mandarim são os mesmos - os chineses continentais desenvolveram uma simplificação, rejeitada na ilha. Taiwan adota o capitalismo e apresenta altas taxas de crescimento econômico nos anos 80 - como os demais Tigres Asiáticos.
Ver artigo principal: História da República da China
História[editar]
A China dominou a ilha no século XIV e ali instalou comunidades de camponeses. Por volta de 1600, os portugueses estabeleceram um entreposto comercial denominado Formosa. Seguiu-se uma breve ocupação de espanhóis, expulsos pelos neerlandeses em 1642. Os chineses reconquistaram a ilha em 1661 e retomaram a colonização.
Território de exilados[editar]
A China cedeu Formosa ao Japão em 1895, após a derrota na guerra Sino-Japonesa. No final da Segunda Guerra Mundial, a ilha voltou à soberania chinesa, então governada pelo partido Nacionalista (Kuomintang) de Chiang Kai-shek. Em 1949, derrotados pelas forças comunistas de Mao Tsé-tung, Chiang Kai-shek e os remanescentes de seu governo fugiram para Formosa.
O país recebeu centenas de milhares de chineses continentais, incluindo grande parte da elite econômica e intelectual. O Kuomintang passou a funcionar como partido único. Investimentos maciços dos Estados Unidos financiaram o desenvolvimento da indústria. Em 1971, Formosa foi obrigada a retirar-se da Organização das Nações Unidas (ONU) por causa da entrada da China comunista. Formosa rompeu relações diplomáticas com quase todas as nações, mas intensificou o comércio externo.
Abertura[editar]
Chiang Kai-shek faleceu em 1975 e foi sucedido pelo filho, Chiang Ching-kuo, que iniciou uma política de liberalização. Em 1977, foi abolida a lei marcial (em vigor desde 1946) e autorizado o funcionamento de outros partidos. A morte de Chiang Ching-kuo, em 1988, acelerou a abertura do regime, sob o comando de Lee Teng-hui. O Kuomintang venceu as eleições de 1992, as primeiras com a participação da oposição. A China sugeriu a unificação sob a fórmula "um país, dois sistemas" (comunismo e capitalismo) - a mesma adotada emHong Kong - recusada pelo governo de Formosa.
Em março de 1996, às vésperas da inédita eleição presidencial direta no país, a China realizou manobras militares no estreito de Formosa. Os Estados Unidos deslocaram dois porta-aviões à região para proteger o país. A coerção de Pequim não surtiu efeito e Lee Teng-hui se reelegeu. Em 1997, foi restabelecida a comunicação marítima com a China continental, interrompida desde 1949.
A economia formosina cresceu quase seis por cento em 1998 e superou os efeitos da crise financeira asiática (1997). A gestão econômica do país durante as turbulências na região - com uma drástica redução da taxa de juros - garantiu a vitória do Kuomintang nas eleições parlamentares de 1998.
Fatos Recentes[editar]
Divergências no Kuomintang levaram à expulsão de um de seus líderes mais populares, James Soong. O partido chegou dividido e enfraquecido às eleições presidenciais de março de 2000, favorecendo a vitória de Chen Shui-bian, doPartido Democrático Progressista, com 39,3% dos votos. Pela primeira vez, Formosa teve um presidente que não pertencia ao Kuomintang.
Independência versus unificação[editar]
Chen Shui-bian adotou um discurso moderado em relação à China, embora seu partido tenha uma posição tradicional em favor da emancipação. O novo presidente propôs o diálogo em janeiro de 2000, mas Pequim exigiu como pré-condição um compromisso de unificação para o futuro. Em maio, Chen descartou a proclamação unilateral de independência, desde que a China não usasse a força para obter a reunificação. As declarações foram bem recebidas e contribuíram para um acordo, assinado em dezembro, que permitiu o intercâmbio comercial, o envio de cartas e o transporte de passageiros entre a província continental de Fujian (Fuquiém) e as ilhas formosinas de Quemoy e Matsu Tao.
Sem maioria parlamentar, o novo governo formosino enfrentou dificuldades para aprovar seus projetos. Um impasse político irrompe em outubro de 2000, quando Chen anuncia a suspensão da construção de uma quarta usina nuclear no país. A oposição argumenta que a decisão contraria lei previamente aprovada pelos parlamentares. O caso é enviado ao órgão supremo do Judiciário. Em janeiro de 2001 é decidida a retomada das obras.
Crescimento[editar]
As exportações de Taiwan obtêm forte expansão em 2000, graças principalmente à desvalorização de sua moeda. O Produto Interno Bruto (PIB) cresce a uma taxa estimada em 6,3%, superando os 5,7% do ano anterior. Em 2001, no entanto, Taiwan sofre os efeitos da desaceleração da economia estadunidense e da queda da demanda internacional por produtos eletrônicos e de alta tecnologia - o país produz metade das placas de circuitos de computadores pessoais existentes em todo o mundo. Além disso, muitas de suas indústrias se transferiram para a China continental.
No dia 1 de janeiro de 2001, três navios de Taiwan atravessam, pela primeira vez desde 1949, o mar que separa o arquipélago da China continental. Em maio, as tensões com a China se reacendem com a venda de armas estadunidenses a Taiwan e a visita de Chen aos Estados Unidos. Os dois fatos - que ocorrem numa fase de conflito diplomático entre a China e os Estados Unidos por causa do pouso forçado de um avião de espionagem norte-americano em solo chinês - provocam protestos do governo de Pequim.
Sob permanente ameaça chinesa, Taiwan é um dos maiores compradores de armas do planeta. Em 1999, o país só perde para a Arábia Saudita na importação de material bélico, segundo dados do Military Balance. No mesmo ano, o governo destina 15 bilhões de dólares para a Defesa, orçamento inferior apenas ao de grandes potências e de países com dimensão continental.
Represálias[editar]
Essas transações, invariavelmente acompanhadas de protestos do governo de Pequim, são um fator adicional de tensão entre a China, de um lado, e do outro, Taiwan e seu principal aliado, os Estados Unidos (EUA). Embora não reconheçam oficialmente o regime taiuanês, os Estados Unidos se comprometem a garantir-lhe os meios para que possa se defender de uma eventual invasão. Em 1992, com base nessa política, os Estados Unidos fornecem a Taiwan 150 caças F-16. No ano seguinte, Taiwan compra da França 60 caças Mirage e seis fragatas. O assunto volta à tona em agosto de 2001, quando Washington autoriza a venda a Taiwan de um pacote de armamentos sofisticados que inclui quatro destróieres, aeronaves Orion (para detecção de submarinos) e oito submarinos a diesel.
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