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31 de maio de 2014

Blog também é cultura - Ilhas Faroé.

As Ilhas Faroé1 ou Féroe2 3 4 (também conhecidas como Faroés ou Féroes; em feroês Føroyar ouFøroyarland, em dinamarquês Færøerne, e em nórdico antigo Færeyjar) são um território dependente da Dinamarca, localizado no Atlântico Norte entre a Escócia e a Islândia.
arquipélago é formado por 18 ilhas maiores e outras menores desabitadas que acolhem, ao todo, 47.000 pessoas em uma área de 1.499 km². Na ilha maior - Streymoy - encontra-se a capital, Tórshavn, com 16.000 habitantes (1999). As terras mais próximas são as ilhas mais setentrionais da Escócia (Reino Unido), que ficam a sul-sueste, e a Islândia, situada a noroeste.
São autônomos desde 1948, tendo decidido não aderir à União Europeia. Gradualmente têm alcançado maior autonomia e para o futuro tem se descortinado a possibilidade de tornarem-se independentes da Dinamarca.
Como território autônomo com a Dinamarca conta com um Alto Comissário - representante da Rainha da Dinamarca -, com um parlamento unicameral formado por 32 membros (Lagting) e com um primeiro-ministro chefe de governo.

Etimologia[editar | editar código-fonte]

O nome em português "Féroe", provem do nórdico antigo Færeyjar, que significa literalmente "ilhas das ovelhas" ou "ilhas dos carneiros", e chegou à nossa língua proveniente do francês Féroé (ao lado das alternativas francesas Faeroe e Faroe). Em dinamarquês actual o nome é Færøerne, e na língua local (feroêsFøroyar ou Føroyarland.

Ortografia[editar | editar código-fonte]

Em português existem múltiplas grafias em utilização que revelam as diferentes tentativas de transpor a pronúncia local e/ou dinamarquesa do vocábulo.
Assim, fontes linguísticas portuguesas adotam a grafia Ilhas Féroe (DOELP de José Pedro Machado;Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa de Rebelo Gonçalves5 6 ). Por oposição, o Código de Redação Interinstitucional da União Europeia utiliza Ilhas Faroé1 . No Ciber dúvidas da Língua Portuguesa o linguista A. Tavares Louro utiliza ainda a grafia Ilhas Faroé7 .
Nas fontes linguísticas brasileiras o Dicionário Houaiss opta por Ilhas Féroe, tal como as fontes portuguesas, aceitando também a grafia pluralizada Ilhas Féroes. Já o Dicionário Aurélio prefere Ilhas Feroé.
No campo dos órgãos de comunicação social quase todos – quer portugueses, quer brasileiros – usam indiscriminadamente uma miscelânea de grafias, sendo que algumas não estão (ainda) prescritas por fontes linguísticas. Em Portugal, a RTP usa as grafias: Faroe, Faroé e Feroé, enquanto o jornal Público opta por Faroé e Faroe, enquanto o seu próprio livro de estilo defende Feroé. Já na brasileira Globo, a preferência recai nas grafias Feroe, Faroe e Feroé, bem como Ilhas Faroes. No jornal Estado de São Paulo utilizam-se as versões: Feroe, Faroé, Faroe e Feroé. Por fim, a Folha de São Paulo alarga ainda mais as escolhas, utilizando: Feroe, Faroé, Faroe, bem como a grafia com plural Faroes. Este último usa ainda as grafias com trema Faröe e Faroë, bem como uma provável gralha (Farõe).
No campo político o Ministério dos Negócios Estrangeiros de Portugal usa oficialmente Ilhas Faroé, enquanto o Ministério das Relações Exteriores do Brasil prefere Ilhas Faroe.
Os gentílicos aplicáveis a estas ilhas são: feroês (feroesa; feroeses; feroesas) e feróico (feróica; feróicos; feróicas), este último normalmente associado à língua local.

História

A história conhecida do arquipélago inicia em 600 d.c. com sua colonização por irlandeses.
  • 600 - 800 d.c. - Desembarque de colonos irlandeses
  • 800 - Conquista e colonização por vikings noruegueses
  • 970 - 1280 - República
  • 1135 - Torna-se país tributário à Coroa Norueguesa
  • 1380 - Dinamarca e Noruega (incluindo as ilhas Faroés) realizam uma união monárquica
  • 1655 - 1709 - O Rei da Dinamarca confia as ilhas à família von Gabel como um estado feudal
  • 1709 - A coroa dinamarquesa novamente toma posse
  • 1720 - Administrada como parte da Islândia
  • 1776 - Administrada como parte do condado dinamarquês de Sjælland (Sealand - Zelândia)
  • 24 de Janeiro de 1814 - Reconhecida como possessão dinamarquesa pelo Tratado de Kiel
  • 1816 - Recebe o grau de condado
  • 12 de Abril de 1940 — 16 de Setembro de 1945 - Ocupação britânica durante a II Guerra Mundial
  • 14 de Setembro de 1946 - Referendo aprova a independência (48,7% a 47%). A independência é declarada em 18 de Setembro de 1946. É anulada pela Dinamarca dois dias depois.
  • 30 de Março de 1948 - Governo autônomo é permitido.
A ocupação britânica durante a II Guerra Mundial suspendeu os contatos com a Dinamarca e modificou o cenário político. Uma consulta popular demonstrou uma pequena maioria da população a favor da separação da Dinamarca. No entanto o Logting foi dissolvido para a realização de eleições gerais. O Logting eleito alcançou um acordo com a Dinamarca onde foram negociadas áreas de responsabilidade conforme o interesse da ambas as partes.

Geografia[editar | editar código-fonte]

Pico Slættaratindur
As ilhas Faroé são um arquipélago de 18 ilhas situadas junto à latitude 62 N e longitude 7 W. Entre o extremo norte e sul do arquipélago medeiam 113 km e 75 de leste a oeste. As suas costas têm um perímetro total de 1117 km.
As ilhas têm uma morfologia muito acidentada, rochosa, com costas alcantiladas recortadas por profundos fiordes. Nenhum ponto das ilhas está a mais de 5 km do mar. O ponto mais alto é o Slættaratindur, na ilha Eysturoy, com 882 metros de altitude.

Clima

O clima é oceânico, marcado pela influência moderadora da Corrente do Golfo, o que, tendo em conta a elevada latitude, suaviza as temperaturas invernais. Em Tórshavn não se registam temperaturas médias mensais negativas, oscilando estas entre os 0,3 °C em janeiro e os 11,1 °C em Agosto. A média anual é de 6,7 °C. A amplitude térmica é assim muito reduzida, com verões frescos e invernos suaves. A precipitação aproxima-se dos 1400 mm por ano, com um mínimo relativo na primavera e verão. O céu é em geral nublado, com frequentes nevoeiros. São frequentes os ventos fortes.

Política

Løgting, o parlamento das Ilhas Feroe.
A inexistência de autonomia política levou ao nascimento tardio - apenas na primeira metade do século XX - dos primeiros partidos políticos. Sambandsflokkurin (Partido da União) e Sjálvstýrisflokkurin (Partido Autonomista). Posteriormente surgiram o social-democrata Javnaðarflokkurin e o Conservador Nacionalista Fólkaflokkurin (Partido do Povo) que defenderam interesses comerciais. O Tjóðveldisflokkurin (Partido Republicano) surgiu em 1948 defendendo uma República Feroesa.

A relação com a Dinamarca

Nas eleições de 1998 o Partido da União - simpático à Dinamarca - obteve um mau desempenho sendo substituído pelo Partido Republicano - secessionista. Iniciou-se uma coligação que pôs em marcha um processo político com o objetivo de alcançar a soberania total. Em 2002 o Landsstýri - governo local - e o governo dinamarquês iniciaram negociações a respeito da soberania faeroesa sem o rompimento de uma "commonwealth" com a Dinamarca. Chegou-se a um impasse e essa negociação acabou por não apresentar resultados.
Em 2002 - novas eleições - e modificação no cenário político. O Partido do Povo e o Partido Autonomista perderam suas cadeiras para o Partido da União. Mesmo assim o governo local - Landsstýri - foi composto pela coligação dos Partidos do Povo, Republicano, Autonomista e do Centro - partido pequeno que se fundiu ao Autonomista.
Em 2011, um novo projecto de constituição das Ilhas Faroé está sendo elaborado. No entanto, o projecto foi declarado pelo ex-primeiro-ministro dinamarquês, Lars Løkke Rasmussen, como incompatível com a Constituição da Dinamarca e se os partidos políticos das Ilhas Faroe quiserem continuar então eles deverão declarar a independência8 .

Economia

Tórshavn, capital do país.
Hvalvík em Streymoy nas Ilhas Faroé, no Inverno
Igreja em Vagur
Os recursos naturais são escassos. A vegetação - gramíneas - dos morros é utilizada para a criação de ovelhas. Em algumas partes da ilha de Suðuroy, existem alguns depósitos de lignito, úteis como combustível.
No mar - nos peixes - é que está a grande riqueza da nação faroesa. A pesca é responsável por 96 a 98% das exportações realizadas e praticamente todo o comércio deriva dos produtos capturados no mar. Dentro do limite de 200 milhas marítimas são encontradas espécies como bacalhauarincaargentina-douradafaneca da Noruegaalabotetamborilpeixe vermelhopechelimsalmão e arenque. A piscicultura de salmão e truta é um setor que tem crescido e contribuído para o crescimento da balança comercial.
Outros artigos presentes são navios - de aço, pesqueiros, de carga - que respondem por 2% de tudo que é vendido ao exterior. Estima-se que existam reservas petrolíferas no subsolo oceânico faroês e têm sido realizadas prospecções com sinais positivos.
Aeroporto
O aeroporto Vagar (EKVG) é o único na ilha. Foi construído na segunda guerra mundial pelos militares ingleses, mas hoje é um aeroporto civil. Perto do aeroporto, existem 7 heliportos, mas nenhum deles está representado no cenário.

Cultura[editar | editar código-fonte]

Religião

A religião tem uma parte importante da cultura feroese. Nas Ilhas Feroe predominam as religiões cristãs, sendo a maior delas o luteranismo, além de outros protestantes, alguns católicos, Testemunhas de Jeová e bahá'is.
Cerca de 87% da população pertence à igreja estabelecida do estado, a Igreja das Ilhas Feroé, sendo o restante dividido entre outras denominações cristãs e poucas crenças não cristãs.

Caça às Baleias-Piloto

A caça anual de Baleias-piloto é uma atividade tradicional do povo faroese, sendo considerada tão antiga quanto a própria colonização viquingue. Essa importante atividade econômica permanece sendo executada pela população local, sobrevivendo intacta apesar das sucessivas tentativas, por parte de diversos organismos não governamentais sustentados por governos estrangeiros, de ataque à sua soberania, com o intuito de neutralizar estes traços culturais em virtude de uma agenda ambientalista. Um dos argumentos para que a caça seja mantida é a obtenção de alimentos pela população, visto que em tais ilhas a produção de alimentos fica prejudicada durante grande parte do ano devido ao clima extremo. A carne obtida, geralmente, não permanece apenas com os caçadores, essa é distribuída gratuitamente à população. Durante o abate das baleias na enseada procura-se cortar primeiramente o principal nervo responsável pelo envio de impulsos nervosos ao cérebro do animal. Essa estratégia visa diminuir a dor dos animais, porém provoca a eliminação de muito sangue na água. Imagens de caçadores agindo em enseadas avermelhadas pelo sangue unidas à pauta ambientalista resultam em protestos de diversos grupos protetores dos animais.
No dia 23 de maio em Hvalvik, em um tipo de caça conhecida como “grind”, uma grande família de baleias - incluindo filhotes e fêmeas grávidas - foi conduzida por barcos para uma enseada, onde seus integrantes foram abatidos.

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