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6 de abril de 2012

Câncer de mama - Colaborador: Jornal O Globo.


Muitas mulheres recebem tratamento desnecessário contra câncer de mama

Estudo realizado por Harvard mostra que pacientes recebem drogas pesadas e passam por cirurgias para tratar tumores que ameaçam suas vidas.

Milhares de mulheres realizam tratamentos desnecessários para o câncer de mama, incluindo quimioterapia e até mesmo a remoção da mama, afirmam pesquisadores americanos. Cientistas da Universidade de Harvard analisaram os resultados de 40 mil pacientes que foram examinadas na Noruega e descobriram que, para cada 2.500 que passavam por exames, uma morte era evitada, mas entre seis e dez mulheres eram tratadas de um câncer benigno que nunca causaria sintomas.

Os resultados deste "excesso de diagnóstico" são milhares de mulheres que recebem tratamentos prejudiciais, incluindo cirurgia e drogas poderosas como as da quimioterapia. Se o câncer parecer agressivo, a decisão pode ser remover toda a mama - um procedimento conhecido como mastectomia. O estudo de Harvard é o último de uma série recente de pesquisas a questionar a antiga crença de que os benefícios dos programas de triagem superam em muito os danos que eles podem causar.

Os pesquisadores americanos estimam que até um quarto dos cânceres da mama encontrados por mamografias não irá causar qualquer problema durante a vida de uma mulher.

- Quando você descobre o câncer cedo, encontrará formas que, em última análise, nunca vão incomodar o paciente - disse ao "Daily Mail" Gilbert Welch, do Instituto Dartmouth de Políticas de Saúde e Prática Clínica, no Reino Unido.

A autora que liderou o estudo, Mette Kalager, e outros especialistas afirmam que as mulheres precisam ser melhor informadas sobre a possibilidade de a mamografia detectar um câncer que nunca vai pôr sua vida em risco.

- Uma vez que você decida se submeter à mamografia, você tem que lidar com as consequências deste tipo de 'excesso de diagnóstico' - disse Mette ao jornal britânico.

Ela e seus colegas consideraram apenas o câncer de mama invasivo. O estudo não incluiu o o carcinoma ductal in situ, o tumor da mama não invasivo mais frequente. Na Noruega, os exames foram oferecidos a cada dois anos para mulheres com idades entre 50 e 69 anos.

Os pesquisadores analisaram cerca de 40 mil casos de câncer de mama, incluindo 7.793 que foram detectados após o início de exames de rotina. Eles estimam que entre 1.169 e 1.948 destas pacientes foram "superdiagnosticada" e receberam tratamentos desnecessários. Os resultados foram publicados na última terça-feira na revista "Annals of Internal Medicine".

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